Dos
Fortaleza tem
Os seis quilômetros da Beira Mar, onde a população se divide - uns utilizam o calçadão, outros tomam conta da praia no fim de semana -, e os seis da Praia do Futuro, destino de quem quer curtir o banho de mar e o caranguejo na cidade. Diferente das outras capitais litorâneas do Brasil, como Rio de Janeiro, Florianópolis e Natal, que tem varias praias freqüentadas, em Fortaleza só sobraram essa duas áreas para o lazer e o turismo.
Nos 15 primeiros quilômetros, da Barra do Ceará até o antigo kartódromo, a praia é o quintal de uma urbanização caótica. Quem passa pela Avenida Leste-Oeste nem enxerga o mar. O acesso é restrito aos moradores da área. A falta de segurança e a poluição da água afastam outros visitantes. Pouca gente já viu de perto a beleza do encontro do rio Ceará com o mar e da praia linear que se estende a direita com seus surfistas, jangadas e coqueiros. Na seqüência, a faixa de areia desapareceu em vários pontos. O mar se mostra, mas não é possível chegar nele. Até a Praia de Iracema, a praia praticamente não existe. As ondas quebram em paredões de pedra que controlam a erosão. A partir do aterro entre as ruas Idelfonso Albano e Rui Barbosa, a praia volta a aparecer.
Ao longo da Beira Mar, a areia some e reaparece. A vista do mar também não é contínua. São tantas construções ao longo do calçadão e da praia que em muitos pontos não é possível contemplar o mar, apesar de se estar ao lado dele. Na curva da orla, entre a Beira Mar e a Praia do Futuro, nos primeiros quilômetros do chamado setor Leste, o porto, o Serviluz e os tanques de combustível da Petrobras bloqueiam a praia. A polêmica sobre a instalação de um estaleiro nesse trecho, mais precisamente na praia do Serviluz, coloca em debate a "vocação industrial" do trecho e a possibilidade de requalificar a área, transformando-a numa conexão entre Beira Mar e Praia do Futuro. O debate poderia ter se estendido para toda orla. Será que damos a atenção devida as nossas praias? Mas ficou reduzido à comunidade do Serviluz.
Mais um sintoma da metrópole que não planeja e parece desconhecer as implicações de um urbanismo equivocado. A Prefeitura ensaia projetos isolados em alguns trechos, mas não há um planejamento que contemple os
Fonte – O Povo