Proeza de um articulista,
iniciante e desconhecido!

 

 

 

Na graça do ano de mil, novecentos e sessenta e seis, o, então, Presidente Castelo Branco viera, aqui, ao Ceará, seu berço natal, pela primeira vez como Chefe de Estado da República, convidado que fora para as comemorações do Centenário de Iracema, imortal personagem do escritor cearense José de Alencar.

 

Naquele tempo, eu exercia a função de Auxiliar de Secretaria da União das Classes Produtoras do Ceará, e foi no início de uma tarde de sexta-feira que eu atendi, ali, uma ligação do meu patrão José Afonso Sancho, presidente daquela entidade de classe, o qual estava à procura de Pedro Mallmann, meu pai.

 

O patrão Sancho, assim, queria que Pedro Mallmann redigisse o Editorial do seu Jornal Tribuna do Ceará, enaltecendo a primeira visita do Presidente Castelo Branco, ao Ceará, como Chefe de Estado; pois, o Dr. José do Nascimento, editor efetivo daquele Jornal, se encontrava impossibilitado para tal, naquela tarde.

 

A chegada do Presidente Castelo Branco à Fortaleza estava marcada para o dia seguinte (sábado); porém, o fechamento da edição matutina do Jornal, para aquele dia, teria prazo de até às dezessete horas; e eu, não conseguindo entrar em contato com meu pai, acreditei que eu pudesse escrever o tal editorial.

 

Abri o armário de aço dos arquivos dos editoriais do Dr. José do Nascimento (Editor efetivo) e os do Dr. Pedro Mallmann (Editor interino); dei uma rápida lida em alguns escritos de ambos, para amoldar um possível trabalho meu, de acordo com os próprios estilos deles. Fiz um belo “triunvirato” de ideias.

 

Já eram mais de dezesseis horas, quando retornei a ligação para o patrão Sancho, dando-lhe ciência de que não havia falado com meu pai; e, ainda, de que eu havia “rabiscado” um trabalho, de minha autoria, para que ele pudesse dar uma espiada. E deu... (!) O meu patrão o aprovou, deixando-me orgulhoso.

 

O patrão Sancho enviou-me, de volta, meu “editorial”, ordenando-me que o remetesse, urgentemente, para a Redação da Tribuna do Ceará, pois o tempo estava prestes a se esgotar. Pus a matéria no envelope, dei-o ao estafeta Airton, o qual se foi, às pressas, para entregá-lo a tempo da publicação, no dia previsto.

 

Naquela manhã de sábado, fui à banca de jornal, pertinho de minha residência, comprei a edição diária da Tribuna do Ceará. Fiquei muito surpreso ao ver aqueles meus “rabiscos” publicados na primeira página daquele jornal matutino; justo na data da visita do Presidente Castelo Branco, a Fortaleza.

 

Pedro Mallmann/CAMILINHO

www.pellmann-blogdocamilinho.blogspot.com

 

 



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