O sentido do Natal e as tradicionais comemorações em família

(*) João Ribeiro

O período natalino é sentido de maneiras diferentes por nossa sociedade em razão de culturas e interesses diversos, além dos fatores religiosos. Para muitas pessoas o natal é alegria, a lembrança do nascimento de Jesus Cristo para os católicos, para outras pode significar reflexão e ter mais símbolos e significados. Independente de quem aproveita o Natal de diferentes maneiras é uma data de congraçamentos e que as pessoas ficam mais unidas e tendem a se encontrar mais fraternalmente.

Natal em família

Em nossa família sempre tivemos algo de tradicional, uma marca que sofreu algumas modificações, mas em sua essência permaneceu a mesma. Quando criança ficava “marcando colado” a árvore de natal e sacudia algumas caixas de presentes na tentativa de saber o que continham. Ajudava minha mãe na decoração da árvore e me sentia muito feliz em todo o período.

Hoje houve algumas mudanças, ocasionadas por um fator ou outro de nossas vidas. A ausência de algumas pessoas queridas que nos deixaram ao longo do tempo por mim é muito sentida. Talvez por isso um pouco de tristeza, ocasionada pelas muitas lembranças felizes que não mais estão presentes. Mas a chegada de novos membros à família nos recompensa e traz alento. É a renovação da própria vida!  

Sempre gostei de escrever uma mensagem para ser lida no Natal. E desde que nossos filhos eram bastante novos participavam de tudo. Quando jovens eu fazia questão de que eles lessem as mensagens para a família e amigos. Como forma de transmitir a eles aquelas ideias e também de ouvi-las, como se não tivessem partido de mim. 

A força de um abraço

Passa o ano inteiro. Um corre-corre danado em nossas rotinas. No Natal é que se lembram dos presentes, da árvore de natal, das luzinhas coloridas, dos enfeites natalinos, da ceia a ser servida e de todos os preparativos. Mas será que durante o ano o espírito de amizade foi mantido?

Quando foi a última vez que você recebeu um abraço, um elogio, um agradecimento?

“São tantas ilusões perdidas na lembrança” diz um trecho de uma linda música cantada pelo Fagner (Coração Alado). E “nessa estrada só quem pode me seguir sou eu”, acompanhado por solos de uma guitarra ao fundo, que parece chorar e sentir com ele a ideia principal da música. As pessoas lembram muito das coisas materiais e às vezes esquecem a importância de um abraço ou de um beijo e o que a falta deles pode significar.  

Mas o espírito de Natal não deveria ficar somente em família. O ideal é que as pessoas se preocupassem também em lembrar-se daqueles mais necessitados e os ajudassem um pouco. Mas a situação da sociedade atual as comunidades vão de distanciando. Ainda existem muitos grupos que praticam ações louváveis, quando levam agasalhos, um pouco de alimento e de conforto para os que nada têm, nem ao menos um abrigo, um lar. Mesmo tendo vontade de fazer algo assim me vejo impedido. Por razões de segurança, ao sair de casa para distribuir alguma coisa útil para alguém ou mesmo por falta de interesse das outras pessoas da família. Este ano vou procurar fazer isso fora dessa data, pois o benefício com certeza será o mesmo.

Com naturalidade e satisfação tenho acrescentado algumas pessoas ao meu convívio, às quais procuro dedicar minha amizade. No decorrer dos tempos outras se foram, por motivos diversos. Coisas da vida e que talvez aconteçam com todo mundo.

O significado e as lembranças do passado, as emoções do presente e as expectativas de um futuro melhor devem sem dúvida compor este período e se possível permanecer em nossas vidas. 

Votos de um Feliz Natal

Assim renovo os sentimentos de paz no sentido de que tudo de bom possa chegar a meus semelhantes, com muita saúde e harmonia no próximo ano.

(*) João Ribeiro é Analista de Informações do Ministério do Trabalho, aposentado, cargo hoje denominado Oficial de Inteligência na atual Agência Brasileira de Inteligência (ABIN); atuou também na Chefia da Segurança Orgânica, de Informática e da Documentação, na Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Atualmente é Diretor do Instituto Portal Messejana e escreve também em seu blog, no qual aborda assuntos de interesse geral da comunidade e de outros campos de expressão do poder nacional. Prático e racional e com múltiplos interesses, gosta de música e aprecia Artes Marciais e a natureza, com ênfase para técnicas de sobrevivência na selva e ambientalismo.