Como compartilhar conhecimento

 

 

 

Conhecimento compartilhado cresce. O não compartilhado obsolesce Pierre Levy, filósofo especialista em cibercultura, define inteligência coletiva como “a partilha de funções cognitivas, como a memória, a percepção e o aprendizado”. Entretanto, o conhecimento não se limita ao conhecimento cognitivo. Nonaka e Takeuchi, especialistas em gestão do conhecimento da Universidade de Hitotsubashi, dividem o conhecimento em duas categorias:

 

Conhecimento explícito: geralmente qualificado de objetivo, que envolve o conhecimento teórico e é facilmente comunicado por meio de palavras, números, fórmulas ou gráficos.

 

Conhecimento tácito: pessoal e difícil de ser expresso por palavras. Em essência, é prático e é geralmente fruto de uma longa experiência, da convivência. Sua transmissão é extremamente complexa, pois necessita interações prolongadas, acertos e erros.

 

 

 

O know how é um tipo de conhecimento que contempla a teoria juntamente com a prática. Um cozinheiro, por exemplo, segue a receita (conhecimento explícito), mas usa sua experiência (conhecimento tácito) ao determinar mudanças na receita original

 

Para que o conhecimento coletivo floresça precisamos seguir alguns princípios.

 

É necessário primeiramente reconhecer que todo ser humano tem algum conhecimento, e nenhum ser humano tem todo conhecimento sobre tudo.

 

Pessoas que pretendem atuar colaborativamente devem se preocupar em repassar não só o conhecimento explícito, bem como o tácito e podem fazê-lo por meio de imagens, metáforas ou provocando a experimentação. É importante respeitar o conhecimento tácito do outro, mesmo que ele não possa ser reproduzido.

 

No trabalho colaborativo, o conhecimento é necessariamente heterogêneo.

 

Ensinar o que sabemos pode parecer enfadonho. Entretanto, compartilhar o próprio conhecimento pode ser uma oportunidade para se revisitar e questionar conteúdos, para olhar para a mesmice com novos olhos, e perceber como os outros apreendem sobre os temas que dominamos.

 

Conhecer a percepção do outro vai nos ajudar a comunicar, negociar e convencer, competências fundamentais na nossa era.

 

Por outro lado, no antigo paradigma desconhecer algo pode parecer humilhante. Aquele que não sabe deve perceber que seu desconhecimento é uma fonte de aprendizado para ambos, e, obviamente, ninguém pode saber tudo sobre tudo.

 

Uma vez que o conhecimento se tornou dinâmico e em contínua mutação, o compartilhamento faz com que estejamos sempre aprendendo, desaprendendo e reaprendendo. O conhecimento, quando não compartilhado, fica estagnado e perde a utilidade.

 

Finalmente, precisamos entender que conhecimento não compartilhado não é mais fonte de poder.

 

O que sabemos vale tanto quanto nossa capacidade de saber mais, ou seja, nossa capacidade de conhecer, compartilhar e aprender

 

Fonte – Gisela Kassoky

 

 



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