Nova geração. É hora de cultivar a esperança

 

 

 

 

Diante da situação de crise política, os pais têm pela frente dois caminhos: alimentar o ódio ou transmitir a esperança para os filhos. A segunda opção abre espaço para que as novas gerações sejam estimuladas a trazer as mudanças necessárias para superar as dificuldades, defende Marco Aurélio Patrício, psicólogo e professor do curso de Pedagogia do Centro Universitário 7 de Setembro (Uni7).

 

Para pais e educadores, o exercício proposto é de tentar reagir aos fatos com otimismo. Mostrar ao jovem que os crimes serão punidos e que a desonestidade não deve ser tolerada na sociedade. Outra estratégia é apresentar aos jovens modelos de pessoas que mudaram o mundo com boas ações. Como Martin Luther King, ativista americano que lutou em defesa dos direitos civis dos negros e pelo fim da segregação racial. Ou outros exemplos de pessoas que pautaram a trajetória pela generosidade e pelo serviço aos mais necessitados.

 

“O discurso inflamado, o caminho do ódio não vai formar a consciência de ninguém. Esses momentos exigem clareza e tranquilidade”, orienta o educador. Pelo comportamento dos adultos, crianças e adolescentes devem aprender a dialogar respeitando as opiniões contrárias. “Não apenas o outro sujeito deve ter o espaço garantido para se expressar. Construímos algo quando ouvimos também as outras entidades sociais, instituições, sindicatos. É na formação dos jovens que devemos ser exemplos dessa abertura”, pontua Patrício. 

 

No temperamento da filha, Glória, de 13 anos, a mãe Manuela do Vale identifica uma tendência a advogar pela causa dos outros, numa busca por justiça. Nos diálogos sobre política, a estratégia é buscar sempre mais informações embasadas para tentar compreender o que está sendo divulgado. “A essência de tratar sobre estes temas com outras gerações é de tentarmos ter um mundo mais justo. A gente precisa manter a esperança acesa, qualquer iniciativa nesse sentido é positiva”, acredita. (Thaís Brito)

 

O que são esses nomes? CORRUPÇÃO A prática de favorecer alguém prejudicando outros. Na política, ela acontece quando governantes usam dinheiro público para interesses particulares ou quando recebem favores e dinheiro para influenciar decisões. No cotidiano, furar uma fila é um exemplo de conseguir vantagem sobre o prejuízo do outro. 

 

PROPINA O dinheiro que alguém paga ou recebe em troca de um favor que não é permitido. Em menor escala, seria o valor cobrado pelo colega de sala para dar as respostas de uma prova da escola CAIXA 2 É guardar dinheiro em local escondido da fiscalização. Ele não é declarado e pode ter sido roubado de algum órgão público. Pode ser propina. Pode ser também um dinheiro não declarado porque a pessoa ou empresa quer deixar de pagar impostos por ele. LAVAGEM DE DINHEIRO Prática para esconder a origem de dinheiro conseguido de forma ilegal. O dinheiro pode vir do tráfico de drogas, da corrupção política ou de um sequestro, por exemplo. Falsificar empréstimos, criar empresas de fachada e comprar empresas em paraísos fiscais (onde há sigilo sobre as informações bancárias) são algumas das práticas.

 

MENSALÃO Era compra de votos em troca de apoio dos políticos ao governo. Para votar projetos e leis do interesse de quem paga, os parlamentares receberiam pagamentos. A compra de apoio de políticos aliados foi investigada no Partido dos Trabalhadores (PT) e no Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), em 2005, e nos Democratas (DEM), a partir de 2009. 

 

DELAÇÃO Quando um acusado aceita revelar detalhes de um crime para os investigadores. Para o cotidiano, seria contar o que alguém fez de errado. No caso da delação premiada, recurso muito utilizado na operação Lava Jato, a colaboração é feita em troca de benefícios, como ficar menos tempo preso ou até nem ser preso. 

 

IMPEACHMENT Retirar o poder do chefe do Poder Executivo. Pode ser prefeito, governador ou presidente da República. Para isso, a pessoa acusada deve ter comprovadamente cometido crimes, como violar a Constituição, abusar da autoridade ou desrespeitar leis de segurança nacional ou do orçamento. Quem julga é o Poder Legislativo. GOLPE O chamado golpe de Estado representa uma forma de tomar o poder de uma forma excepcional, fugindo às regras constitucionais. Normalmente, há apoio das forças militares ou de segurança. O Chile teve um exemplo de episódio extremo em 1973, quando houve bombardeio aéreo do palácio do presidente Salvador Allende.

 

Fonte: O povo



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