Instagram como espaço de empreendedores da moda

 

 

 

 

Bazares online têm dominado as redes sociais e transformado o ato de se vestir em negócios sustentáveis.

 

Vendas online não são novidade. Quem já assistiu a série "Girl Boss" acompanhou a saga de Sophia Marlowe, criadora de um verdadeiro império de brechó online pelo site eBay. A história é inspirada na estilista Sophia Amoruso, que aos 22 anos fundou a Nasty Gal Vintage, dando início ao que se tornou a sua marca Nasty Gal anos depois.

 

A história da estilista continua se repetindo, mas ganha uma nova cara nas redes sociais, como no Instagram. A rede vem sendo utilizada como ferramenta de negócio e propicia o espaço perfeito para os famosos bazares, pois oferece local para expor fotos do produto e inserir legenda com detalhes e preços. Além disso, a plataforma permite uma interação fácil e rápida com o cliente, por meio de mensagens.

 

Por isso, algumas pessoas apropriaram-se da ideia para inovar. Foi assim que os amigos Iara Sá, 26, Marília Ceres, 26, e Tiago Bezerra, 30, decidiram criar a "Nem Uso Mais" em outubro de 2017. O trio uniu as roupas que tinha sobrando no guarda-roupa com a necessidade de um dinheiro extra e criaram o bazar online, que vende roupas femininas usadas em excelente estado de conservação de marcas famosas como Farm, Zara e Abercrombie. São roupas, acessórios e sapatos de diferentes tipos e tamanhos.

 

Toda a produção do bazar é feita por eles: fotos, identidade visual, curadoria das peças, venda e atendimento ao cliente. Inicialmente, a ideia era apenas vender as suas próprias peças, que tinham em excesso. Daí vem o nome "Nem Uso Mais". "Ia ser breve, mas resolvemos fazer uma produção melhor nas fotos, trabalhar as legendas. As pessoas começaram a gostar da forma que vendíamos, e vieram até a gente", lembra Iara. O crescimento foi rápido: em apenas algumas semanas, até mesmo pessoas de outros estados já queriam comprar as peças do Instagram.

 

"Inicialmente foi um susto, tivemos que ir aprendendo como fazer tudo. Cresceu antes de que soubéssemos como administrar", conta Marília. Hoje, a conta no Instagram já tem quase quatro mil seguidores e as roupas vendidas não são mais deles: vendem peças de 78 pessoas cadastradas e ganham 40% em cima do valor de cada venda. Ao longo do tempo, as divisões de tarefa foram surgindo, mas "todo mundo faz um pouco de tudo". Iara é responsável pelo controle das finanças e atendimento aos clientes; Marília cuida da criação de conteúdo e marketing; e Tiago é responsável por toda a logística de entrega. Ele conta que vai aos correios enviar caixas com roupas para outros estados pelo menos duas vezes por semana.

 

Não gostou? Melhor não comprar

A estudante de arquitetura Isabella Freire, 21, criou o seu bazar online ainda em 2016. Hoje com mais de mil seguidores, ela também começou vendendo as próprias peças que sobravam do guarda-roupa. Expandiu e atualmente vende roupas de outras pessoas que a procuram, cobrando uma taxa sobre o valor da peça. Isabella conta que sempre trabalha a ideia do consumo consciente: se não gostou, é melhor não comprar. "Deixo a pessoa apreciar a roupa, provar. Quero que fiquem com peças de que realmente gostam."

 

A estudante também participa frequentemente de feiras de brechós, onde vende para um público maior e é responsável por toda a produção, desde as fotos e postagens ao controle de vendas. Agora, o bazar está em pausa para reformulação, pois Isabella decidiu profissionalizar ainda mais o seu negócio. Ele voltará em junho já com um site.

 

Armário-cápsula

Dayana Lima, 20, iniciou o bazar há apenas um mês por iniciativa própria. Com roupas acumulando no armário, decidiu adotar a ideia de "armário-cápsula" - diminuir o número de peças total para 37. Por isso, montou a sua primeira iniciativa de negócio: abriu o Resgate Bazar no Instagram, que reúne todas as suas peças extras. E o nome vem justamente da ideia de resgatar roupas que seriam descartadas e reutilizá-las. Em apenas um mês, a estudante de contabilidade conseguiu mais de 200 seguidores e estima que vendeu pelo menos 20 peças.



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