Presidente Bolsonaro virá ao Ceará para inaugurar obras que garantem bom fluxo das águas do Rio São Francisco

 

 

O presidente Jair Bolsonaro deverá vir ao Ceará para a inauguração das obras de transposição das águas do São Francisco ao Estado no dia 26 de junho, segundo fontes do governo.

 

Na segunda-feira (15), o deputado federal Dr. Jaziel (PL) - um dos principais aliados de Bolsonaro no Ceará - esteve com o presidente, ocasião em que foi informada a mudança na data de visita. "Nosso presidente está chegando aí dia 26 ao Jati para concluir, fazer a inauguração da chegada das águas ao Ceará, um passo muito importante conseguirmos vencer essa longa estrada. É bom para o Ceará, é bom para o Brasil", afirmou o deputado. O deputado federal Capitão Wagner (Pros) também confirmou a mudança na data, nesta terça-feira (16).

 

O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) já havia adiantado que a agenda de inauguração aconteceria entre os dias 22 e 26 de junho. Os detalhes sobre o cronograma da visita do presidente ao Estado, no entanto, serão divulgados em data mais próxima, segundo o Ministério e a Secretaria de Governo.

 

Conforme adiantado pelo Diário do Nordeste, Bolsonaro deve vir pela primeira vez ao Ceará para a inauguração das obras da transposição do Rio São Francisco no Ceará. Em reunião ministerial na terça-feira (09), o presidente confirmou a visita ao Estado, junto ao ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, para o dia 26.

 

BENEFÍCIOS

 

A chegada das águas do Projeto de Integração do Rio São Francisco favorece o Castanhão, maior açude do Estado. Com o aporte, 60 cidades cearenses serão beneficiadas pelos recursos hídricos da transposição

 

Após 13 anos de uma longa espera - e pelos menos sete prorrogações para o prazo de conclusão - as águas do Projeto de Integração do rio São Francisco (Pisf) finalmente chegarão ao Ceará. A expectativa é de que a operação ocorra até o último fim de semana de junho. Mas, porque essa obra, considerada a maior intervenção hídrica do País, é tão importante? O especialista em recursos hídricos, Hipérydes Macedo, destaca que o projeto vai gerar segurança no abastecimento do principal reservatório do Estado, o Castanhão.

 

Para obra de tamanha magnitude, portanto, foi preciso realizar outras ações estruturantes no Ceará. Hipérydes acredita que o Estado está pronto para receber as águas transpostas, mas aponta algumas ressalvas, como a perda da água durante o trajeto de quase 300 Km entre a barragem de Jati, no Sul do Estado, e o açude Castanhão.

 

"A perda de água no trajeto é uma incógnita, pois vai enfrentar solos sedimentares, perda por infiltração, evaporação e terá de encher as barragens vertedouras em Aurora e Lavras da Mangabeira", reforça o titular da Secretaria de Recursos Hídricos, Francisco Teixeira, ao corroborar a análise de Hipérydes.

 

Percurso

 

A partir do reservatório Jati, na cidade de mesmo nome, no Cariri cearense, a água vai seguir no Cinturão das Águas do Ceará (CAC) por uma extensão de 53 Km por meio de canais, túneis e sifões até o riacho Seco, em Missão Velha. Esse é o chamado trecho emergencial do CAC. A obra estruturante foi importante para viabilizar a transposição da água até o Castanhão.

 

Depois, segue até o rio Salgado, no município de Icó, onde vai desaguar no Rio Jaguaribe indo até o Castanhão. Todo o percurso será de 300 Km, sendo 250 Km em leito natural. Para otimizar a chegada da água, a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) vai realizar serviços de desobstrução e fiscalizar o trecho. "Estimamos dois meses para a água chegar ao Castanhão, após atingir a cota de liberação para o CAC", pontua Teixeira.

 

O CAC foi dividido em cinco lotes. O trecho emergencial que inclui os lotes 1,2 e 5 está pronto para receber as águas da transposição. "Faltam apenas obras complementares, serviços de drenagem", frisou o diretor de Águas Superficiais da Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra), Antônio Madeiro de Lucena.

 

Os lotes terceiro e quarto não se relacionam com essa primeira etapa emergencial, uma vez que seguem em direção aos municípios de Crato e de Nova Olinda, onde levarão água até o rio Cariús.

 

Com a chegada da água no açude Castanhão, o Estado poderá sanar uma lacuna histórica no abastecimento de diversos municípios. Em tempos de estiagem, como vivenciado entre os anos de 2012 a 2018, o reservatório apresenta limitação para abastecer cidades importantes, como as da Região Metropolitana de Fortaleza. "Vamos usar a água do São Francisco para atender 60 municípios", observa Teixeira.

 



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