Arara: criar para preservar 

 

 

Mesmo sendo bonita, esta ave está ameaçada de extinção.

Esta ave, quando criada desde filhote em cativeiro e alimentada na mão, fica mansa com conhecidos e afeiçoa-se especialmente à pessoa que cuida dela, mas com estranhos mostra-se arredia e, às vezes, até agressiva. Pode aprender a dançar, imitar latidos, assobios e a voz humana.

 

Na natureza emite apenas sons e gritos peculiares. Vive em pequenos grupos exceto na época de reprodução, quando se separa aos casais. Adora tomar banho de chuva e faz ninho em árvore oca ou escava um buraco em barrancos ou o aproveita em pedras. Pode percorrer diariamente até 100km na busca de alimentos: flores e brotos de árvores, larvas, sementes, frutas e partes tenras do caule e das raízes de plantas. "Rói" madeira, como as cascas de árvores, para exercitar o bico e manter ativa a musculatura mandibular.

 

Há 7 espécies de porte grande que é o preferido para criação doméstica (variam de cerca de 70 a 90cm), originários da América Central e do Sul. A maioria está em extinção, por isso sua criação deve ser feita sempre visando a reprodução. Quatro são de nossa fauna, sendo que a Canindé (Ara Araraúna), e a Arara vermelha (Ara Chloroptera) são as únicas não consideradas em extinção. Todas as espécies já são criadas em criadouros comerciais, o que aumenta a possibilidade de sua perpetuação estando os maiores produtores nos EUA e Europa, onde um exemplar vale de 1.200 a 15 mil dólares. A importação é permitida com autorização do Ibama, que a concede se o criador do exterior enviar uma licença (Cites) fornecida no país de origem, geralmente para aves nascidas em criadouros registrados.

 

No Brasil, o IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, está autorizando criadouros comerciais da espécie Canindé e vermelha e, neste caso, os primeiros casais poderão ser obtidos através do próprio Ibama, desde que seja atendida a legislação para criadouros comerciais, ou seja, instalações adequadas em ambiente adequado, por exemplo, uma chácara e um veterinário responsável.

 

FICHA

 

Instalações: pode-se juntar várias espécies diferentes, desde que elas se dêem bem e sejam do mesmo tamanho. Viveiros amplos que permitam voar, de tela resistente e estrutura metálica. Três quartos do teto coberto com telhas de amianto ou de barro, onde ficarão: poleiros de galhos (vários tamanhos, todos permitindo à ave fechar os dedos), alguns perto do comedouro; o ninho, um cubo (de alvenaria, madeira ou PVC com um buraco de entrada de tamanho tal que a Arara consiga passar e com as seguintes medidas - 55de alt., 60 de larg. E 80 de comp.), a 1 m do chão, apoiado em 4 pés de alvenaria ou suspenso; o comedouro de concreto a 80cm do chão, apoiado em 2 pés de concreto e com 6 buracos rasos: um para água e os outros para demais alimentos. No outro ¼, o solarium com mais poleiros. Piso cimentado com inclinação de 5% para escoar lavagem da sujeira. Fechar todo o fundo e todos os ¾ inferiores e superiores das duas laterais com alvenaria para proteger de ventos. Para um casal, viveiro de 2,2m de alt., 2,5 larg. E 8m de comp. Para criar solta, desde pequena cortar as penas da asa e deixar assim até cerca de 1 ano. Quando a asa cresce de novo ela voa, mas volta, pois já se acostumou ao local. Precisa de abrigo: um chapéu protetor ou telhadinho próximo a uma árvore baixa e isolada, que servirá como poleiro, e ninho igual ao descrito.

 

Alimentação em cativeiro: diariamente frutas, sementes de girassol, 3 vezes por semana 6 pedaços de ração para cães por ave e 1 vez por semana, bolachas de água e sal. Adicionar, alternando na semana 3 dos itens: cana-de-açúcar em pedaços, arroz integral cozido, coco maduro, milho verde ou duro, pão, verduras com talos grossos, como couve e repolho. Picar quadrados de 2cm - facilita pegar e evita desperdícios. Testar a quantidade observando se há sobras. Deixar ao alcance um tijolo embebido em salmoura (1 copo de sal grosso para 1 l de água) por um dia, para "roer" até acabar. Água trocada diariamente.

 

Reprodução: fácil em cativeiro. A partir dos 3 anos. De setembro a março. Casal identificado por sexagem por veterinário de aves (o macho alimenta a fêmea no bico, especialmente nessa época). De 2 a 3 ovos, chocados por cerca de 28 dias. Condições para reproduzir: lugar sossegado, boa alimentação, um casal que não brigue, por viveiro.

Saúde: sensível a verminoses, especialmente a Capilariose, transmitida por excrementos de aves. Necessidade de controle com exames periódicos de fezes e de manter o viveiro limpo.

 

Tempo de vida em cativeiro: mais de 40 anos.

 



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